domingo, 10 de fevereiro de 2013

Side by Side: Parallel Histories of Israel-Palestine



Um comentário:

  1. Tristeza. Fui verificar uma iniciativa que me parecia boa: http://www.books.fr/histoire/isral-palestine-histoires-parallles/

    Side by Side: Parallel Histories of Israel-Palestine by Sami Adwan, Dan Bar-On, Eyal Naveh and Peace Research Institute in the Middle East (Mar 6, 2012)

    Na Amazon: http://www.amazon.com/s/ref=nb_sb_noss/187-1869385-6313458?url=search-alias%3Daps&field-keywords=Side+by+Side%3A+Parallel+Histories+of+Israel-Palestine

    Lado a lado no mesmo livro, escrito por professores de história de escolas israelenses e palestinas, a história como é vista do lado israelense, e a história como é vista do lado palestino.

    A tentativa começou com um fracasso. A intenção inicial era chegar a uma história unificada. Não houve consenso, então se decidiu por uma história ao lado da outra. E aí já se foi a objetividade, os fatos históricos, distintos de sua interpretação.

    Mesmo assim resolvi comprar o livro. Que os professores de ambos os lados usam em suas aulas em escolas secundárias. Dizem eles que houve um progresso, uma descoberta da visão do outro, que antes só imaginavam. Mas que decepção com os textos. Os dois.

    Logo no primeiro capítulo, “From the Balfour Declaration to the British Mandate in Palestine”, o lado israelense peca por não descrever o modelo importante de assentamento: compra da terra com fundos doados por judeus ricos ou pelo KKL, de latifundiários árabes tipicamente vivendo em Damasco ou no Cairo, que depois incitavam os arrendatários contra os “ocupantes” judeus a recuperar “sua” terra. Este é o modelo básico que serve para o conflito até hoje. Sem falar disso fica a impressão de que uma horda de judeus armados tomou a terra de seus legítimos pequenos proprietários.

    Ou seja, o lado israelense não conhece e não analisa sua própria história.

    Do lado palestino, eu esperava um texto melhor, fiquei apavorado com a quantidade de slogans e teorias conspiratórias. O projeto sionista é um projeto colonial, visando a consolidar o imperialismo britanico. Ainda não perceberam que a luta sionista até 1948 foi contra os ingleses, não contra os árabes? Claro que nem se mencionam as tentativas feitas no período de 1920 a 1947 de aliança entre nacionalistas judeus e nacionalistas árabes, principalmente pelo partido comunista da época, contra os ingleses. Nem a menor menção à aliança do mufti de Jerusalém, Haj Amin el-Husseini, com Hitler. Nem a menor menção ao Império Otomano, sem a qual é impossível entender como funcionava a região e qual era o status dos vários povos que circulavam nela. É tudo apresentado como uma grande conspiração de ingleses com sionistas para ocupar o país. Que por sinal mencionam ser árabe há 5.000 anos...

    Claro que nenhum dos dois lados fala dos refugiados judeus de países árabes. O que permite ao lado palestino afirmar várias vezes que houve uma ocupação européia da Palestina, omitindo que metade da população israelense descende de judeus de países árabes, da região.

    Etc...

    Me deixa absolutamente cético quanto à possibilidade de um entendimento. Vejam: são professores – portanto tem um certo nível de educação -, querem transmitir conhecimento aos jovens alunos, e estão bem intencionados...

    Tristeza.

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