sábado, 4 de fevereiro de 2012

Uma visão humanista do judaismo


O judaismo humanista pode ser um antídoto para a irracionalidade e o dogma, vinculando a nossa tradição particular à humanidade e a valores humanistas; oferecer raízes sem que sejam sufocantes, criar comunidades sem que sejam exclusivistas e excludentes; recordar o holocausto e as perseguições aos judeus sem associá-los a sentimentos de isolamento; apoiar o Estado de Israel sem negar os valores e a autonomia da vida na Diáspora; e transformar a identidade judaica em uma fonte de orgulho e, ao mesmo tempo, reconhecer a dignidade e o valor de cada ser humano e de cada cultura.

... é preciso levar em conta que o judaísmo no século XX se manteve apesar da religião e que o sionismo fundamentalmente foi um fenômeno não religioso – e por vezes antirreligioso. A questão central é de conteúdo, que conteúdo nos tempos atuais se dá a esse judaísmo não religioso. É preciso primeiro uma revolução cognitiva, pois o judaísmo não será o mesmo que o de antigamente. Há que se parar de pensar o judaísmo como um problema para o indivíduo ao invés de pensá-lo como uma solução, mais uma, que permite que o indivíduo sinta-se conectado com o mundo. As tradições só podem ser resgatadas se formos capazes de atualizá-las. Uma árvore que só tem raízes e não recebe a luz do sol nem enfrenta as inclemências do tempo termina secando.

... hoje enfrentamos um risco enorme de transformação do povo judeu numa seita religiosa e de distanciamento daqueles que não se identificam com este judaísmo.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012