- Sobre a questão palestino-israelense, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Bibi Netanyahu, admitiu pela primeira vez a existência de um Estado palestino. O sr. acredita que possa haver alguma evolução real em direção à paz?
- Todos os predecessores de Netanyahu aceitaram a existência de um Estado palestino. Os palestinos é que não estavam preparados para a ideia, porque não querem aceitar a existência de Israel. É essa a grande dificuldade. Em 1948 a resolução da ONU previa e criação de um Estado palestino. Eles se recusaram e foram à guerra. Após o conflito, esses territórios ficaram sob autoridade de governos árabes, que não formaram um Estado. Em 1967, Israel conquistou vastos territórios e ofereceu devolvê-los, mas os Estados árabes, no congresso de Cartum, definiram os "três nãos": não às negociações, não ao reconhecimento, não à paz. Essa tem sido a regra desde então. Os palestinos querem um país que inclua os territórios de Israel. Ao fim da guerra de 1948, nenhum judeu pôde permanecer em áreas controladas por árabes - eles foram expulsos ou mortos. E não estamos falando de assentamentos, mas de comunidades antigas na região, como a da parte oriental de Jerusalém. É essa a base da questão.
B. Lewis, Entrevista a O Estado de São Paulo, 28/6/2009
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